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16-06-2005

PJ mobiliza investigadores para as florestas


Incêndios

A Polícia Judiciária (PJ) abriu 62 inquéritos e fez seis detenções, apenas entre de 01 e 14 de Junho, no âmbito da investigação de incêndios florestais, revelou hoje fonte daquela polícia.

Segundo Pedro do Carmo, director da PJ de Coimbra, têm vindo a aumentar o número de incêndios e de área ardida e os fogos com origem criminosa acompanham esse movimento, estando a Polícia Judiciária a reforçar as equipas de investigação e a colocar elementos de prevenção durante a noite e aos fins-de-semana.

Há mais incêndios de "mão criminosa", mas os investigadores não dão grande importância aos relatos de "pára-quedas" incendiários e a explicações de interesses económicos obscuros, segundo a mesma fonte.

A PJ está mais atenta a incendiários referenciados e reforça equipas com o objectivo de chegar rapidamente aos locais, antes que os indícios fiquem em cinzas.

Teófilo Santiago, responsável pelo Departamento de Investigação Criminal de Aveiro da PJ confirmou à Lusa que estão em investigação os incêndios ocorridos nos últimos dias junto ao novo estádio de Aveiro, em Águeda e na Reserva de S.Jacinto.

De acordo com aquele responsável, desde o início do ano já foram participados àquele departamento da PJ quase centena e meia de incêndios, 67 dos quais deram lugar à realização de inquéritos, enquanto nos restantes se verificou não haver indícios da prática de crime.

A nível nacional, em 2004, foram abertos 1.597 inquéritos na sequência de incêndios, levando à identificação de 48 suspeitos, quando no ano anterior haviam sido investigados 1.567 fogos.

Face a essa evolução, a PJ tem vindo a apostar na cooperação com forças de segurança, bombeiros e autarquias, no âmbito do Plano Nacional de Investigação e Prevenção.

"Há todo um trabalho de formação e mesmo de prevenção, em colaboração com outras entidades, nomeadamente de tratamento de informação relativa a indivíduos de risco", esclarece Pedro do Carmo, admitindo que está a ser dada atenção a pessoas com antecedentes em crimes de fogo posto.

Outra das vertentes estratégicas da PJ para lidar com o problema dos incêndios "de mão criminosa" é a prontidão, já que o fogo não consome só a floresta, mas muitas vezes também os vestígios da actividade criminosa.

"Quanto mais depressa se iniciar a investigação maior é a probabilidade de êxito. Daí que a PJ esteja a fazer um esforço para deslocar rapidamente as suas equipas ao local", explica o actual responsável pela Directoria de Coimbra da PJ.

A Directoria de Coimbra abrange uma área em que os incêndios "têm uma incidência particularmente grave" devido à dimensão da mancha florestal e que inclui Castelo Branco, Coimbra, Aveiro, Guarda, Leiria e Viseu.

"É das zonas mais problemáticas do país, mas há situações em que conseguimos estar no local quase de imediato" explica.

Tal como em termos nacionais, também no centro do país a tendência tem sido para um aumento do trabalho de investigação, devido ao maior número de incêndios com causas suspeitas.

Só na Guarda houve uma diminuição significativa, com uma redução de mais de uma centena de incêndios investigados: 303 em 2003 contra 201 em 2004.

Enquanto em Viseu e em Castelo Branco o número de inquéritos realizados em 2003 e 2004 foi praticamente o mesmo, cerca de 60 em Viseu e mais do dobro em Castelo Branco, já nos distritos mais litorais de Leiria, Coimbra e Aveiro houve um acréscimo de dezenas de incêndios suspeitos, de um ano para o outro.

A colaboração prestada por outras forças de segurança, nomeadamente pela GNR e pela Polícia Florestal, quer na detecção de indícios dolosos, quer mesmo no apoio logístico é enaltecida pelos responsáveis da PJ.

Há locais de difícil acesso e, embora a Judiciária possua viaturas todo-o-terreno, "em certos momentos nota-se a necessidade de haver mais, mas o trabalho nunca deixa de ser feito", garantem os responsáveis.

O carácter sazonal e imprevisível dos fogos florestais, o facto de ocorrerem vários simultaneamente e a distância entre eles, são factores que dificultam a rapidez da actuação da PJ.

Apesar do agravamento dos incêndios, Pedro do Carmo tranquiliza: "não há um aumento exponencial dos que têm origem criminosa e muito menos se confirma que os incêndios sejam provocados por razões económicas".

"A motivação económica surge com pouca frequência e não há fundamento para que se generalize a opinião que tende a atribuir a origem a interesses económicos obscuros", garante, recordando-se apenas de um caso, em Tondela, anterior a 2000, em que um conjunto de pessoas ligadas ao comércio de madeiras foi a julgamento devido a um incêndio florestal.

Os testemunhos que dão conta de "pára-quedas incendiários" e outros artefactos para pegar fogo às florestas preenchem o imaginário popular mas não tiram o sono aos investigadores.

"Não se confirma a existência de caso algum, embora não se possa excluir", esclarece o director da PJ.

Na generalidade dos casos, descreve, o incendiário actua sozinho, motivado por vingança ou por razões fúteis São quase sempre homens, muitos deles com hábitos alcoólicos, baixa escolaridade e alguns com perturbações mentais.


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